23 agosto 2009

Jerusalém 20Ago09

Recuar 3000 anos na história
23Ago09

Agora deste lado comecou o Ramadao. É só somar pequenas aventuras.. As pessoas mudam os lugares. A noite no mesmo hotel em Amman deixa de ser apenas passageiro, superficial; deixa de ser apenas mais um momento para, ao encontrar alguém com a Nesma, nos sentirmos em casa.Até agora, proporcionalmente gastava mais em deslocamentos do que em alojamentos e por isso a escolha da bicicleta para percorrer nos próximos 10dias todo o sul da Jordania, foi uma grande ideia.


Jerusalém-Amman 22Ago09

É Shabbatt, por estes lados parece que o mundo deixa de girar. Preciso voltar á odisseia de atravessar a fronteira e hoje, nao é o melhor dia. A janela de tempo para apanhar o sherub fecha ás 09h30. O caos, a probabilidade se ser enganado a qualquer momento, o rebulico da downtown, reinam na Jordania e é para lá que quero ir ?! Irracional??? Talvez, mas até entao, nunca ouvi tantas vezes a "Wellcome" como sucedeu em Amman. Verdade seja dita que nesta cidade, ou nos deslocamos de taxi e pagamos caro, ou entao, se recorrermos aos megafantásticos minibus e taxis partilhados, perguntar, perguntar, perguntar, é mesmo a melhor solucao.




Cercada por muralhas e apinhada de turistas, na cidade antiga, nada falta. As ruas sao um turbilhao de aromas e estimulos que hipnotizam e prendem os sentidos.
O calor impoe as suas regras. Para o contrariar, em bancadas ou em "bandejas ambulantes", aparecem os sumos gelados a fazerem lembrar o arco-iris.
Perco-me várias vezes. Sem, e com guia. Vagarosamente e aleatoriamente vou sempre ao encontro de algo supremo, independentemente da religiao a que pretence.
Fora de portas, Jerusalém, é um caos automobilistico. O melhor é mesmo para ver a pé, nem que sejam necessários 40 minutos para chegar á Youth hostel.

Israel_Palestina 19Ago09

Nas pegadas das 3 religiões
Tiberias-Nazaré

Neste territorio ocupado, uma história nao basta para relatar uma realidade partilhada. Diversas religioes nasceram por toda esta zona santa e cada uma seguiu um Ser Superior diferente. Após algum estudo e estágio na lingua árabe, surge aqui um novo dialecto, o hebraico. A insitencia, a atencao e muitas vezes um papel com o nome do local a visitar, revelava-se mais eficaz que falar na lingua de Shakespeare. A familiaridade dos nomes desta regiao vem desde tenra idade, ouvem-se por todos os locais católicos e estao escritos á milhares de anos na Biblia. Fazer a "circum-navegacao" em bicicleta do mar da Galileia a -210 metros, foi um privilégio. Quando pego numa bicicleta sou como uma crianca com uma bola. Os meus olhos brilham. Tive a felicidade de falar de fado com o nazarenho Sami nas margens do lago em Tabgna. Ele transmitiu-me tudo aquilo que o posto de turismo de Tibérias nao conseguiu. Após um sprint de regresso a tórridas temperaturas, entrego a bike e, mesmo com pouco tempo, sigo para Nazaré, a maior cidade árabe de Israel com 60% da populacao muculmana. Levo marcado no mapa todos os pontos religiosos incluindo a melhor casa de falafel da Galileia. Sao 18h00. Embuido do silencio e da paz sentida na Basilica da Anunciacao, nao dou pelo tempo a passar e perco a oportunidade de visitor todo o complexo. Logo ali ao lado, no mercado, ao longo de fachadas de casas ancestrais com lojas a cada metro de distancia, percorro as ruas labirinticas que, sem comercio, nao tem vida.



Beirute_Jordania

Amman 18Ago09

O transfere para a fronteira feito em vários mini-bus e táxis partilhados, foi uma rica experiência. Atolado é uma força de expressão levemente utilizada para descrever o cenário no interior dos autocarros.
O controlo de passageiros na fronteira segue um rigoroso ritual de procedimentos que vão desde o interrogatório, até a várias passagens em check-points.
Desde Amman ate á Damascus gate em Jerusalém passaram 5h debaixo de um sol abrasador. Para amenizar este ar seco que se sente, é comum encontrar borrifadores gigantes em forma de hélice que salpicam água em todas as direcções.
Eu já sabia que à entrada de locais públicos existiam detectores de metais. Uma coisa é ler, a outra é sentir o incómodo de retirar tudo o que trazemos e percebermos que este gesto faz parte da rotina deste povo.
Impressionou-me também ver tantos militares e civis – adolescentes – a transportarem uma metralhadora.
Mal comparado, esta arma é como o IPod nos dias de hoje. Vai para todo o lado.


Cada país tem uma história para contar. Em apenas 2 dias vivi essa realidade. A primeira foi no Líbano e começou no edifício onde só a partir do 2 andar é que estavam os alojamentos.Tudo o resto eram serviços variados.
Pouco ou nada dormi nessa noite porque a agitada vida nocturna ouvia-se nas ruas e nos telhados dos grandes hotéis.
Em Beirute, os predios destruídos em sintonia com veículos do século passado são rapidamente ofuscados pelo luxo e pela grandeza de hotéis e carros que mesmo sem extras, a maioria, não conhecia ou só os vi em revistas.Não é por acaso que outrora este país se chamou Paris do Oriente.
Já em Amman, no edifício do hotel, fui surpreendido com o cheiro logo à entrada. O odor era-me familiar e transportava-me para os grandes espaços semelhantes a balneários. Subi as escadas e eis que tenho um encontro imediato com uma grande quantidade de sapatos.
Que check-in estranho – pensei
Tirei os meus e …
- És muçulmano? - Perguntaram
- Não, sou católico – Respondi
Numa fracção de segundos entendi que aquele piso não era o do hotel.
Continuei, calçado, a subir as escadas.
Estou bem. Estou no Abbassi Palace hotel onde se sente a hospitalidade deste povo.
O serviço e o conforto transmitido por este tipo de alojamento é único. Em que telhado de hotel podemos ter um churrasco para todos os hóspedes com os membros da família e ouvir passagens do Alcorão nos altifalantes sem pagar mais que os 5JD por noite incluindo P.A?
Depois, pede-se um café e aparece uma bandeja recheada de frutos secos, bolachas, rebuçados, água e, claro, o café.
Tirando a parte antiga da cidade (downtown) densamente povoada de mercados, hotéis e vendedores, pouco mais à para ver na capital da Jordânia.
Amanhã viajo novamente. A king Hussein bridge é o ponto de partida para a Palestina.
Vou atravessar o rio jordão e depois, lado a lado, sigo até ao mar da galileia.